Para o almoço da Confraria do Pina, hoje confecionamos um soberbo BACALHAU À PORTUGUESA, também conhecido como BACALHAU COM TODOS. É a receita mais tradicional do Norte de Portugal, uma vez que o bacalhau já foi, praticamente, a única alimentação de gente humilde.
Hoje é um prato digno apenas dos melhores restaurantes, tanto pelo preço, como pela qualidade e sabor único.
Talvez um dia, não longe, desapareça completamente das nossas mesas, pela sua gradual extinção, o que será uma perda irreparável para os paladares requintados.
Aproveito para lembrar que Portugal não possui bacalhau, peixe originário dos mares frios, como Terranova, Labrador, Islândia, Noruega, etc. O que Portugal possui, como único, é a salga e seca do bacalhau. Devido á época da campanha de pesca e ao sol português, o bacalhau é seco, num processo lento e artesanal, ao sol, adquirindo, assim, um sabor único. Daí a designação de Bacalhau Porto.
É um espetáculo inesquecível assistir, nos areais da Figueira da Foz, ao trabalho braçal e diário de verdadeiros ranchos de mulheres estendendo, sobre arames, os bacalhaus para secar pela manhã e, à tardinha, recolhendo-os de novo até à manhã seguinte.
Só em Portugal ainda se faz isso.Nos outros países a seca é feita em estufas, processo bem mais rápido, mas com perda acentuada de sabor.
Para acompanhar o Bacalhau escolhemos um vinho verde de Amarante, que realçou todo o sabor deste prato.
Como sobremesa especial, uma maravilhosa tartelete de maçã em dose individual, acompanhada por um imperdível Moscatel de Setúbal.
Como diz o poeta Bacellar, é morrer de passar bem.
Bacalhau à Portuguesa
Além dos habituais gourmands, tivemos a deleitosa presença da escritora carioca Suzana Vargas, que veio a estas plagas fazer algumas palestras sobre educação.
Os convivas atacando o prato.
Destaque para o Tenório Telles que deixou os seus muitos
afazeres, para prestigiar a Suzana e rever os amigos. Grande Tenório, cem como tu e o Amazonas
estava servido cabalmente.
Suzana Vargas fazendo pendant com o Prof. Luiz Bacellar, que parece procurar distantemente
algo que não enxerga.
Como diria o Eça, esbaldou-se na comezaina e fez bonito nos elogios.
Boa estadia, Suzana.