sábado, 28 de agosto de 2010

Galeria de Fotos dos Clientes

Victor, Layara, Edilson e Marcus, convívio e relax.

Confraternização das Formandas Universitárias de Serviço Social, da Uninorte.
Ivaneide, Elma, Patrícia, Edivânia, Sônia, Claude Thery e Aluzeias.
Eh, o tempo de estudante terminou, agora a carreira, a saudade...

sábado, 21 de agosto de 2010

Galeria de Fotos dos Clientes

Vera e Ailton, rodeando os filhos Victória e Ayrton.

Marcel e Labibi, in love.

Erlandio, Meire, Lenise, Luciane e Priscila, da Uninorte.

Roselma e Marcos.

Priscila e Luciane, em grande estilo.

sábado, 14 de agosto de 2010

Um encontro nunca antes acontecido, mas muito desejado ou OS DOIS MAIORES CONTADORES DE SACANAGEM SE ENCONTRAM

SEXTA FEIRA, 13 de Agosto de 2010

          Só mesmo numa sexta feira 13, para isto acontecer.
         O grande escritor "maldito" Simão Pessoa, de quem sou fã incondicional, há muito desejava se encontrar com o grande pintor amazonense Moacir Andrade. Nas desandanças da vida, isso só veio a acontecer hoje e eu, como amigo dos dois, fui presença desse papo longo, verborrágico, histórico e estórico, hilário e riquíssimo de conhecimento vivenciado.

 Moacir Andrade, ladeado por Simão Pessoa e Francisco Mendes.

          Moacir não se fez rogado, e ainda que com 84 anos, fez uso da sua prodigiosa memória para contar fatos da sua vida, interessantíssimos e de muito valor histórico, que o Simão aproveitará no seu próximo livro de crônicas.
 A riqueza dos gestos de Moacir.

          Gesticulando generosamente, com um sorriso maroto no seu rosto envelhecido, Moacir desfiou um sem número de causos, que foram gostosamente saboreados por todos. Todos, eram o Moacir Andrade, Simão Pessoa, seu irmão Simas Pessoa, Jorge Herrán e Francisco Mendes.

 Atenção total, na história ...

          Durante cerca de quatro horas, degustando bolinhos de bacalhau com Guaraná Diet (é diabético, mal do século), com os gestos abertos de seus braços longos, Moacir foi ilustrando as saborosas histórias vivenciadas aqui e no estrangeiro, por onde perambulou por muito tempo, como num flashback da sua riquíssima vida.
          Falou de Portugal, de Ferreira de Castro, dos descaminhos da sua pintura, e nos contou a deliciosa estória do seu grande mural, Amazônia, que hoje se encontra na entrada da Universidade Nilton Lins.
          De proporções gigantescas, todo entalhado em mogno amazônico, é a verdadeira representação da floresta.
          Inicialmente foi composto para um Museu Americano, e transportado para lá em enormes caixas, por um avião da FAB.
          Por razões descabidas, os ecoxiitas de plantão acharam que o mural não representava a Amazônia, mas sim as cinzas do seu desmatamento, pois era cunhado na sua madeira, e o mural foi devolvido.
          Por longo tempo ficou armazenado e mofando nos hangares da FAB, em Ponta Pelada, até ser feito acordo com a UniltonLins, e colocado na sua entrada.
          Obra gigantesca e maravilhosa, que demorou quase seis anos para ser concluida, é pouco conhecida desmerecidamente e pouco divulgada.
          Vale a pena conhecer. É o gigantismo do Moacir transportado para arte de uma forma magistral.
          Para nossa sorte, continua no Brasil.

 A foto da despedida ....

Antes de se retirar, Moacir fez questão de ser clicado, junto comigo, no meu escritório.
Obrigado, Moacir.

          Depois de muitos bolinhos, e de enorme quantidade de chopes consumidos pelo Simão e o Simas, e por necessidade de tomar insulina, Moacir se retirou, deixando-nos com o gosto de quero mais.
          Simão afirmou que iria fundar a CONFRARIA DOS ESPADAS, para se reunir aqui uma vez por semana, aumentando esse trânsito saudável de grandes homens com grandes coisas para dizer, e confraternizar prazerosamente.
          O Simão é uma verdadeira enciclopédia de casos com muita graça, capaz de contá-los noites inteiras, sem cansar nem acabar. Vai ser muito bom.
          Se informe como pertencer a essa Confraria.
          Se for ESPADA.
          As fotos que ilustram esta postagem são um documento histórico, que acompanhará a biografia do Moacir e que enriquecerão o curriculum do Simão, como corolário do ditado que diz que as mentiras que se contam hoje, são as verdades de amanhã. Ou não.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Galeria de Fotos dos Clientes

Márcio, Nelson, Valéria e Beth, em alegre bebemoração.


Rosa, esbanjando charme.


Rosa, Diana e Rosana, colocando o papo em dia.


Eden Diniz e Jorge Albuquerque.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Almoço da Confraria do Pina

          Para variar os últimos almoços feitos à base de peixe, confecionamos hoje um grande cozido á portuguesa, talvez uma das mais substanciosas receitas de Portugal.
          Adaptado aos ingredientes encontrados no mercado local, mantem todas as características e sabor da receita original. Prato encontrado em todos os grandes almoços portugueses, não leva nenhum tempero. O sabor extraordinário é dado pelas carnes frescas e fumadas, os legumes variados, e pela sua mistura.
          Esse é o segredo.

 Cozido à Portuguesa, tradicional.

          Em momentos diferenciados, são colocados na panela: -costela de porco salgada, bacon aos pedaços, linguiça portuguesa, lombo fumado, carde de vaca e pedaços de frango, harmonizadas com os legumes repolho, couve portuguesa, cenoura, cebola, batata e vagem. Em Portugal o repolho é substituido pela couve tronchuda, inexistente no amazonas.
          Todos os sabores se combinam, resultando numa gastronomia fora de série.
          Prato forte, mas de fácil digestão, principalmente se acompanhado com o vinho apropriado, neste caso um soberbo Cabernet Sauvignon, chileno, da Viña Tarapacá, Gran Reserva 2006. Como sobremesa um corriqueiro Romeu e Julieta, apenas com o toque de um legítimo Camembert francês.
          Melhor? Impossível.
          A água de fazer o cozido se aproveita para fazer a saborosíssima Sopa de Cozido, que leva também as sobras. Como dizia meu pai, de levantar defunto.

BACALHAU - Um pouco de conhecimento

          Todos os dias algum cliente me faz perguntas sobre bacalhau.
         Sem tentar ser enciclopédico, vou resumir o meu conhecimento sobre esse peixe extraordinário, também chamado em Portugal de fiel amigo, tal a sua constância permanente nas mesas lusas.
          Numa outra postagem já foram feitas algumas considerações sobre ele, agora ampliadas.
          Décadas atrás o bacalhau era a mais trivial das comidas, praticamente consumido pelas classes mais desfavorecidas. Rico comia frango, não bacalhau. Tanto que o ditado português diz que quando pobre come frango, um dos dois está doente. Ou por remédio, já que era considerada uma carne excelente para recuperação em caso de doença, ou por se encontrar estragado.
          A sua valorização se deu pela sua escassez, e passou a frequentar as ementas dos melhores restaurantes.
          O Brasil é o segundo maior consumidor de bacalhau salgado, herança trazida pelos portugueses.
          Ouvi a notícia de que estava em fase de instalação uma indústria para tratar piraracu como bacalhau, ou seja a salga e seca correta, coisa que até hoje não foi feita. As mantas de pirarucu que se encontram nas feiras, tiram de qualquer um o desejo de as consumir, tal o mau cheiro que exalam, devido à deficiente cura, por falta de tecnologia e conhecimento. Pela textura da carne e sabor apurado, rivalizará, com vantagem, com o bacalhau verdadeiro, podendo trazer grandes riquezas para o Amazonas.
          Bem, mas voltemos ao bacalhau.
          O bacalhau é um peixe teleósteo, da família dos gadídeos, e classificado como Gadus Morrhua, em inglês Cod Fish. Vive nos mares frios setentrionais, como Noruega, Labrador, Terra Nova, Islândia, etc.
          A sua pesca, ainda que hoje conte com variada tecnologia embarcada, ainda é feita de forma artesanal.
          Portugal possui a maior frota pesqueira de bacalhau, do mundo, sediada nas proximidades da cidade de Aveiro.
          Uma vez por ano se dirige para os locais citados acima para a campanha de pesca. Hoje todos os barcos só podem pescar determinada cota que, quando atingida, faz com que o barco deixe a campanha.
          É uma tentativa de não acabar com os estoques, e permitir o repovoamento gradual do peixe.
          Quando um cardume de bacalhau é encontrado pelo sonar e GPS, o barco ancora, e pequenos barquinhos, chamados Doris, são baixados à água, com um pescador munido de iscas e anzóis. Quando o barquinho está cheio, retorna ao barco mãe, frigorífico, e os peixes são descabeçados, esventrados, abertos ao meio, ligados pelo lombo, salgados e empilhados. Se repetindo a operação até completar a cota.
          As cabeças de bacalhau, tão faladas pela sua ausência, são aproveitadas, limpas e ensalmouradas. Dão excelentes pratos.
          Antigamente eram vendidas, aqui mesmo em Manaus, em barricas de madeira com salmoura.
          Me lembro de, em criança, minha mãe cozinhar as ditas caras de bacalhau com macarrão, e eram gostosíssimas.
          Quando o navio chega a Portugal, depois de alguns meses em alto mar, o bacalhau segue para a próxima etapa, que é a cura, através da seca ao sol, ou em estufa.
          O seco ao sol, ganha características especiais, chamado de Bacalhau Porto.
          Em valores alimentícios um quilo de bacalhau salgado equivale, nutritivamente, a quase três quilos e meio de peixe fresco. Contém pouca gordura e é rico em iodo, minerais e vitaminas, É saudável, nutritivo e de fácil digestão.
          Fácil de harmonizar qualquer prato de bacalhau, poio seu sabor se sobrepõe a tudo. E como se diz em Portugal, difícil é uma má cozinheira conseguir estragar um bom bacalhau.
          Existem, pelo menos, quatro espécies consideradas bacalhau, mas muito diferentes entre si.
          Essa é uma pergunta constante: -encontro bacalhau desde dezoito reais até oitenta, qual a diferença?
          Vou repassar agora esse conhecimento:

 Gadus Morrhua, Cod Fish, Bacalhau Porto.
Este é o único bacalhau legítimo.

          O Cod Fish é o único bacalhau legítimo, que dá origem ao bacalhau Porto. A sua carne tem uma textura fibrosa, lascando com facilidade, e dando origem aos pratos mais saborosos. Visualmente se conhece o bacalhau legítimo pelo seu formato em forma de cone, grosso no lombo e fino nas beiras, formando um 3 deitado na sua base. É o mais caro, ainda que, com a valorização do Real, se encontra hoje a preço relativamente acessível.

 Bacalhau Ling, Imperial.

          Das outras três variedades conhecidas como bacalhau, a que mais se aproxima em gosto e textura, é o Ling, também dito Imperial. Bem diferente na sua forma, pois é grosso por todo, sem beiras finas. Não lasca bem como o Cod, mas faz bons pratos.

 Bacalhau Saithe.

          Depois o Saithe, de visual pouco atraente, muito amarelo. Se usa para fazer pratos esfiados, não sendo servido em bons restaurantes.

 Bacalhau Zarbo.
          E, por último, o Zarbo, também dito de Escamudo, pois a sua pele é grossa, é um bacalhau de terceira classe, só usado em última instância. 
          Como se vê nas fotos, há uma indicação de corte das postas, pois cada parte do bacalhau serve para pratos definidos, e este é o melhor aproveitamento possível.
          Para a nossa deliciosa Punheta de Bacalhau se aproveitam apenas as postas do lombo.
         Depois deste arrazoado deu vontade de provar um bom bacalhau? Venha ao nosso restaurante, por encomenda fazemos diversos pratos de bacalhau, ainda com o gosto bem português e a preço justo, em porções generosas.
          Ficamos apenas aguardando a chegada do pirarucu abacalhoado, para fazermos a sua apologia também. Valorizar o que é nosso é necessário.